Capitulo VII – Mágoa

As sessões de fisioterapia começavam, mas a ideia de estar numa cadeira de rodas para sempre assustava-me.

Eu sabia que tinha tomado a atitude certa, mas não deixava de me sentir triste com tudo isto.
 - Bom dia Mel, como estas hoje?
 - Bem (menti, quando o vi se aproximar de mim, para me cumprimentar)
  - O Tom hoje está a fazer uns arranjos no programa, vai passar todo o dia no estúdio, mas posso ficar contido até acabar a sessão.

 - Obrigado – disse eu, enquanto passava com dificuldade da cadeira para o carro.

Espera eu ajudo – Diz ele tentando se mover rapidamente, mas não o suficiente e caio no chão.
Ele agarra-me e pede-me desculpa, tentei tapar o rosto, mas ele notou que eu estava a chorar.
 - Ho Mel desculpa, eu devia ter sido mais rápido, a culpa é minha!
Fiz sinal com a cabeça que não e só quis ter forças para me levantar.
O cabelo cobria boa parte do meu rosto, mas não chegou para “tapar” a minha mágoa.
 - Tu não tens culpa de nada – disse friamente.
 - Ele retirou o cabelo da minha face e olhando me nos olhos diz:
 - Tu estás no meu lugar, era eu que devia estar assim!
Um aperto apoderou-se do meu peito e um NÃO, exclamou em alto e bom som.
Não, eu não suportava perder-te, eu não te salvei antes, mas desta vez consegui!
Ele fixou-me sem entender e eu percebi que revelei demais.
 - Como assim? Já me perdes-te antes?