Aviso: Esta one-shot pode conter conteúdos considerados fortes e violentos para determinadas pessoas. Não se aconselha a leitura a quem se incomoda com cenas que retratem morte ou violência.

Não, ela não podia adormecer! Não podia fechar os olhos e voltar a passar por tudo outra vez. Não iria aguentar viver aquilo novamente, sentindo cada momento de dor na pele. Ela estava com receio de adormecer e ter o mesmo pesadelo que tinha todas as noites. Era como se estivesse a ser assombrada constantemente pela própria mente. Mas, apesar do esforço, não demorou muito para que começasse a sentir os olhos pesados até acabar por fechá-los, deixando-se derrotar pelo cansaço.
Acordou, abrindo os olhos lentamente. Percebeu logo onde estava. Estava-lhe a acontecer outra vez.
- Não, por favor, não… - murmurou em puro desespero.
Lá estava ela numa banheira com os pulsos cortados e a sangrar. Não conseguia fazer nada para fugir dali e pedir ajuda, sentia-se demasiado fraca para isso. Era um pesadelo, a única maneira de sair dali era acordar.
Lágrimas de sangue escorriam-lhe pelo rosto, ela estava tão desesperada. O seu corpo não obedecia a qualquer vontade que ela quisesse concretizar, o que a obrigava a experienciar tudo aquilo até ao final.
- Isto tem de acabar… - murmurava para si mesma enquanto soluçava.
Mas desta vez era diferente, ela sentia que aquilo não era apenas um pesadelo. Ela sentia dor como nunca antes tinha sentido. Aquilo não era um pesadelo, era muito pior. A realidade. Parou, então, de chorar. Isso queria dizer algo. Queria dizer que aquela dor, aquele sofrimento e desespero todo iriam acabar, finalmente. Ela já não iria sofrer mais, os pesadelos iriam ter um final definitivo.
Escorregou ligeiramente na superfície da banheira e inclinou a cabeça para trás, olhando o tecto branco por cima dela. O que fazer agora? Simplesmente esperar e sangrar. Esperar a morte, o que para ela não era mau. Significava o final do sofrimento, final esse tão desejado. Fechou os olhos, permitindo que as recordações lhe preenchessem os pensamentos e deixando, ao mesmo tempo, os seus pulsos continuarem a sangrar com a intenção de se esvair em sangue.
- O pôr-do-sol é lindo… - ela comentou, olhando o sol a esconder-se por trás do imenso mar que se estendia à frente deles. – Não achas? – virou a cara, deparando-se com ele a olhar para si. – O que foi?
- Nada. – sorriu. – Apenas acho que és melhor que o pôr-do-sol.
- Isso é tudo para ver se eu faço o jantar de hoje? – ela cruzou os braços, fingindo-se indignada.
- Até nem era má ideia. – ele gozou.
- Oh, que estúpido! – atirou-lhe um pouco de areia para cima.
- Não me atires areia! – fez um ar ameaçador.
- Porquê? – ela continuou a atirar-lhe com areia.
- Porque eu atiro-te água!
Ela riu-se. – Mas se eu nem sequer vou para a água…
- Isso é o que vamos ver… - e no instante seguinte, já ele lhe pegava ao colo, correndo praia fora em direcção ao mar.
- Não, pára! Bill, não faças isso! – ela pedia, rindo-se ao mesmo tempo. Momentos depois, já estava a ser atirada para a água. – Vais ter a resposta não tarda muito! – ameaçou, enquanto ele se ria dela.
(…)
Os corpos molhados dos dois roçavam um no outro, provocando arrepios a ambos. Os beijos molhados e as respirações ofegantes eram acompanhados pelo som suave das ondas a rebentarem. As mãos dela percorriam as costas dele, acariciando-as, enquanto as mãos dele tratavam de lhe retirar a t-shirt completamente encharcada. Os beijos e as carícias prosseguiram e os dois permaneceram dentro de água.
- Bill – ela interrompeu os beijos. – Diz que me amas. – pediu.
Ele encostou a sua testa à dela e olhou-a de forma intensa nos olhos.
- Amo-te. – sussurrou, sorrindo.
Ela abraçou-o, deixando-se ficar encostada ao corpo dele. Fechou os olhos para poder apreciar o toque suave dele, que lhe acariciava os cabelos.
- Eu também, Bill Kaulitz. – murmurou com a cabeça encostada ao peito dele. Ele envolvia-a nos seus braços como se não houvesse amanhã, como se a fosse perder no instante seguinte e quisesse impedir que tal acontecesse.
3 dias depois, a dolorosa notícia chega. Bill Kaulitz tinha sido uma das vítimas mortais numa tragédia de avião, quando viajava com a sua banda para mais uns meses em digressão pelo mundo. A notícia despedaçou-lhe o coração, deixando-a num mar de mágoa, saudade, sofrimento e desespero. E foi assim durante 3 anos. 3 anos em que ela se afogava aos poucos e poucos naquele mar, um mar de sangue.
- Eu estou aqui… - ouviu um sussurro, mas permaneceu de olhos fechados, enquanto a sua respiração era cada vez mais lenta, mais serena… - Desta vez para te levar comigo. Podemos ficar juntos para sempre.
Abriu os olhos e deparou-se com o rosto dele mesmo à sua frente. Não poderia ter uma visão mais perfeita, na sua opinião. O sorriso, os traços da sua face, os seus olhos cor de mel, tudo. Tudo nele ditava a perfeição.
- Bill? – a sua voz quase que não se ouvia.
- Já não precisas de esperar mais. Finalmente o nosso sofrimento acabou.
A dor que já se habituara a sentir com todos aqueles pesadelos diminuía aos poucos, quase que já não a sentia, embora os seus pulsos continuassem a sangrar.
- Eu sei, eu também esperei por ti. Agora é que nada nos separa.
- Por favor, tira-me daqui… - ela pediu, fechando novamente os olhos. A sua respiração começava a cessar.
Ele pegou-lhe ao colo, tirando-a daquela banheira, a banheira do sofrimento. Encaminhou-a para bem longe daquele lugar, para longe de todo o sofrimento e de toda a dor, para onde ninguém os encontraria e os impediria de se amarem.
Original from: One Shot "Wait and Bleed" » Por Cêê - YOUR TH ZONE
Be original. Use credits, please. Thank You.
Wait and Bleed
Não, ela não podia adormecer! Não podia fechar os olhos e voltar a passar por tudo outra vez. Não iria aguentar viver aquilo novamente, sentindo cada momento de dor na pele. Ela estava com receio de adormecer e ter o mesmo pesadelo que tinha todas as noites. Era como se estivesse a ser assombrada constantemente pela própria mente. Mas, apesar do esforço, não demorou muito para que começasse a sentir os olhos pesados até acabar por fechá-los, deixando-se derrotar pelo cansaço.
Acordou, abrindo os olhos lentamente. Percebeu logo onde estava. Estava-lhe a acontecer outra vez.
- Não, por favor, não… - murmurou em puro desespero.
Lá estava ela numa banheira com os pulsos cortados e a sangrar. Não conseguia fazer nada para fugir dali e pedir ajuda, sentia-se demasiado fraca para isso. Era um pesadelo, a única maneira de sair dali era acordar.
Lágrimas de sangue escorriam-lhe pelo rosto, ela estava tão desesperada. O seu corpo não obedecia a qualquer vontade que ela quisesse concretizar, o que a obrigava a experienciar tudo aquilo até ao final.
- Isto tem de acabar… - murmurava para si mesma enquanto soluçava.
Mas desta vez era diferente, ela sentia que aquilo não era apenas um pesadelo. Ela sentia dor como nunca antes tinha sentido. Aquilo não era um pesadelo, era muito pior. A realidade. Parou, então, de chorar. Isso queria dizer algo. Queria dizer que aquela dor, aquele sofrimento e desespero todo iriam acabar, finalmente. Ela já não iria sofrer mais, os pesadelos iriam ter um final definitivo.
Escorregou ligeiramente na superfície da banheira e inclinou a cabeça para trás, olhando o tecto branco por cima dela. O que fazer agora? Simplesmente esperar e sangrar. Esperar a morte, o que para ela não era mau. Significava o final do sofrimento, final esse tão desejado. Fechou os olhos, permitindo que as recordações lhe preenchessem os pensamentos e deixando, ao mesmo tempo, os seus pulsos continuarem a sangrar com a intenção de se esvair em sangue.
- O pôr-do-sol é lindo… - ela comentou, olhando o sol a esconder-se por trás do imenso mar que se estendia à frente deles. – Não achas? – virou a cara, deparando-se com ele a olhar para si. – O que foi?
- Nada. – sorriu. – Apenas acho que és melhor que o pôr-do-sol.
- Isso é tudo para ver se eu faço o jantar de hoje? – ela cruzou os braços, fingindo-se indignada.
- Até nem era má ideia. – ele gozou.
- Oh, que estúpido! – atirou-lhe um pouco de areia para cima.
- Não me atires areia! – fez um ar ameaçador.
- Porquê? – ela continuou a atirar-lhe com areia.
- Porque eu atiro-te água!
Ela riu-se. – Mas se eu nem sequer vou para a água…
- Isso é o que vamos ver… - e no instante seguinte, já ele lhe pegava ao colo, correndo praia fora em direcção ao mar.
- Não, pára! Bill, não faças isso! – ela pedia, rindo-se ao mesmo tempo. Momentos depois, já estava a ser atirada para a água. – Vais ter a resposta não tarda muito! – ameaçou, enquanto ele se ria dela.
(…)
Os corpos molhados dos dois roçavam um no outro, provocando arrepios a ambos. Os beijos molhados e as respirações ofegantes eram acompanhados pelo som suave das ondas a rebentarem. As mãos dela percorriam as costas dele, acariciando-as, enquanto as mãos dele tratavam de lhe retirar a t-shirt completamente encharcada. Os beijos e as carícias prosseguiram e os dois permaneceram dentro de água.
- Bill – ela interrompeu os beijos. – Diz que me amas. – pediu.
Ele encostou a sua testa à dela e olhou-a de forma intensa nos olhos.
- Amo-te. – sussurrou, sorrindo.
Ela abraçou-o, deixando-se ficar encostada ao corpo dele. Fechou os olhos para poder apreciar o toque suave dele, que lhe acariciava os cabelos.
- Eu também, Bill Kaulitz. – murmurou com a cabeça encostada ao peito dele. Ele envolvia-a nos seus braços como se não houvesse amanhã, como se a fosse perder no instante seguinte e quisesse impedir que tal acontecesse.
3 dias depois, a dolorosa notícia chega. Bill Kaulitz tinha sido uma das vítimas mortais numa tragédia de avião, quando viajava com a sua banda para mais uns meses em digressão pelo mundo. A notícia despedaçou-lhe o coração, deixando-a num mar de mágoa, saudade, sofrimento e desespero. E foi assim durante 3 anos. 3 anos em que ela se afogava aos poucos e poucos naquele mar, um mar de sangue.
- Eu estou aqui… - ouviu um sussurro, mas permaneceu de olhos fechados, enquanto a sua respiração era cada vez mais lenta, mais serena… - Desta vez para te levar comigo. Podemos ficar juntos para sempre.
Abriu os olhos e deparou-se com o rosto dele mesmo à sua frente. Não poderia ter uma visão mais perfeita, na sua opinião. O sorriso, os traços da sua face, os seus olhos cor de mel, tudo. Tudo nele ditava a perfeição.
- Bill? – a sua voz quase que não se ouvia.
- Já não precisas de esperar mais. Finalmente o nosso sofrimento acabou.
A dor que já se habituara a sentir com todos aqueles pesadelos diminuía aos poucos, quase que já não a sentia, embora os seus pulsos continuassem a sangrar.
- Eu sei, eu também esperei por ti. Agora é que nada nos separa.
- Por favor, tira-me daqui… - ela pediu, fechando novamente os olhos. A sua respiração começava a cessar.
Ele pegou-lhe ao colo, tirando-a daquela banheira, a banheira do sofrimento. Encaminhou-a para bem longe daquele lugar, para longe de todo o sofrimento e de toda a dor, para onde ninguém os encontraria e os impediria de se amarem.
And she waited and bled for him...
Original from: One Shot "Wait and Bleed" » Por Cêê - YOUR TH ZONE
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