terça-feira, 14 de setembro de 2010

One Shot - Tom Tears parte 3



Os outros levavam-me através do corredor, e quando passamos na sala de reuniões, ouvi a voz dos directores e dos managers, a falarem sobre o atraso do novo álbum, ouvimos o arrastar das cadeiras e quisemos sair dali o mais rápido possível, afim da nossa presença não ser detectada.
Ainda corremos, mas em vão, eles viram-nos e chamaram por mim.
Voltei-me na sua direcção, e apenas disse:
- Tenho que ver o meu irmão, e saímos dali a correr.
Subimos a longa escadaria de madeira, que separava o estúdio do nosso apartamento, e entrei.
A casa encontrava-se uma confusão, todo fechado e escuro, e caminhei em passos lentos, até ao quarto de Bill, se antes eu encontrava-me angustiado, agora eu não tinha certamente palavras.
Aproximei-me da porta, e empurrei lentamente.
No quarto vi o meu irmão caio sobre a cama e parte do seu frágil corpo no chão.
A minha respiração aumentava, eu não conseguia controlar os movimentos do meu magro peito.
As lágrimas voltam, mas desta vez, não tive vergonha, nem as quis esconder.
- Não Bill ( coloquei a mão sobre minha propria boca, para me calar a mim próprio), O que é que aconteceu..(chorava e soluçava) o que te fizeram..( voei na sua direcção, afastando o seu corpo da cama, e puxando este para junto de mim, segurei no seu rosto, na esperança que ele me ouvisse)
- Hoo meu irmão.. (ele estava inconsciente, eu abanava o seu corpo em movimentos transitórios, para trás e para frente, agarrava-me a ele com tanta força, eu não podia o ter abandonado, ele percisava de mim, ele é só uma criança tal como eu, que se deixa levar por esta gente que não interessa a ninguém.)
Peguei no seu rosto, os outros ficaram preplexos olhando para nós.
Fechei os olhos,e continuei a segurar firmente dele,
Sentia o seu coração, a sua respiração, as lágrimas acalmaram e os soluços pararam.
Ficamos abraçados assim alguns minutos naquele quarto escuro.
Os outros saíram para o estúdio, e fecharam-nos a porta.
Fiquei em silêncio.
- Tom ..voltas-te…( as palavras surgiam sublimemente por entre aquela escuridão fazendo pela primeira vez sorrir de tranquilidade)
- Calma Bill, eu voltei..nunca mais te vou abandonar, eu prometo..
Ele abraçou-me como não o fazia a anos.
Costumava abraçar-me quando éramos pequenos, cada vez que estava feliz, ou simplesmente sentia a minha falta.

Continua..

Sem comentários:

Enviar um comentário