Caminhou sozinho até ao cemitério, lentamente passou por entre as campas até chegar a da sua mãe.
Colocou uma rosa branca no chão e desejou.
- Gostava tanto que estivesses aqui. Sinto a tua falta.
O céu negro mostrava que uma neblina se aproximava e como estamos no final de Novembro, a chuva não tardava a cair.
Nick não sabe quanto tempo ficou sozinho no cemitério, aquele lugar transmitia calma e toda a dedicação que as pessoas tinham pelos seus entes queridos.
A chuva caia agora com uma forte intensidade, apesar de este ter um grande casaco e guarda chuva estes pareciam insignificantes perante a força das águas, pensou que aquele seria o momento de ir para casa e terminar a sua noite de aniversário simplesmente sozinho no seu quarto.
Quando chegou a casa pendurou o casaco e deu por si a ser observado pelo próprio pai.
- Posso saber onde é que andavas? – novamente Garcia falava num tom seco e bruto.
- Andei por ai.. – Disse simplesmente.
- Por ai, por ai, isso são maneiras de me falar! – as palavras eram ditas com raiva e levanta-se aproximando-se de Nick.
Brutalmente pega-lhe no rosto e fala como se tive-se repugnância do próprio filho.
- O que significa isso? O que é que tens dentro dessa cabeça! Não tens vergonha andar assim pintado que nem uma mulherzinha na rua.
Metes-me nojo, não serves para nada, mesmo inútil - Após pegar com tanta força no rosto de Nick ao ponto de lhe deixar marcas, atira-o para o chão.
Garcia sempre fora um homem alto, muito corpulento e de uma brutalidade extrema.
Quando Nick era pequeno, a relação de ambos até era boa, mas admitir que o filho pensava por ele, e tinha opinião deixava-o transtornado, logo a sua relação após a adolescência de Nick só foi piorando.
Nick cai no chão e vê o pai tirar o cinto.
- Agora Nick, escuta bem, porque vais aprender muito bem está lição. Hoje fazes 18 anos e é a primeira e ultima vez que te vejo nessa figura ridícula. Hoje vais aprender o que é ser Homem, vou fazer questão de te deixar bem marcado na pele.
Após as palavras, cai sobre o corpo do filho com uma cobardia tremenda, fazendo aquele cinto ferir vezes sem conta o frágil Nick.
Este nem uma palavra disse, nem gemidos de dor..Simplesmente Nada.
Era como se tivesse morrido e observa-se toda a situação de fora.
Quando Garcia acabou, Nick com as forças que tinha subiu até ao seu quarto, retirou os sapatos e t-shirt ainda molhados e permaneceu encostado a própria cama.
Largas horas se passaram, ele chorava em silêncio, mas fez uma promessa a si próprio, seria a ultima noite que passaria em casa, como era de maior o pai não o poderia obrigar.
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